terça-feira, julho 22, 2008

Steinz III: cenas cortadas ou simplesmente merdosas demais para entrar na versão final

Enquanto tentamos confirmar a aterradora notícia de que Steinz Za Muvie e Steinz III (também conhecidos no meio cinematográfico das Honduras como “Os Dois Irmãos Idiotas”) irão passar na Moagem (Fundão), damos mais um rebuçado (ou uma pata de frango ressequida) aos nossos inúmeros fãs: cenas - do guião - cortadas ou simplesmente merdosas que não entraram no Steinz III.

Antes de começar, lembramos que foi este tipo de gente que escreveu, representou e realizou estes filmes:



A primeira que apresentamos é quando o herói Steinz volta a Valverde, sedento de vingança e de cerveja:

(Steinz não paga ao taxista e é chamado de “Cabrão!”; Steinz avança e ao fazê-lo, destapa a placa “Valverde City”; Steinz anda um bocado e vê nada mais nada menos que o Caçador Pombinho)

Steinz (imaginando)
Eu conheço aquele bacano de algum lado e não é dos Morangos com Açúcar. Também, o Diabo só nos deixava ver a Floribella lá em baixo…

(Steinz tem um flashback da cena do primeiro filme onde leva o balázio e também dos Mariachis a enterrá-lo e, depois, a mijar-lhe na sepultura; o flashback tem um R a piscar no canto superior direito tipo transmissão de jogo de bola de antigamente)

Steinz (completamente aterrado)
Não é possível… Não é possível! Se eu estava morto, como é que me lembro de me enterrarem?! (pausa) Espera aí… Foi aquele gajo que me deu o tiro nos cornos!

(quando Steinz repara, o Caçador já vai a fugir ao longe)

Steinz (irado como o caneco)
A vingança será minha! E mais não digo.

Agora, a fala alternativa de Tito quando vê, numa garrafa aqui de tinto, Juan a morrer:

(Tito, utilizando uma garrafa de tinto como espécie de bola de cristal, vê o que acontece a Juan)

Tito C.
Que cena do caraças! E eu a pensar que isto nem a SportTv apanhava! Tenho de ir avisar o Ramon que o Steinz anda atrás de nós para se vingar. Mas antes vou ver se isto apanha o Sexy Hot. (mexe freneticamente na garrafa e espreita lá pra dentro)

Uma cena que teve de ser encurtada (por razões de edição e simples idiotice dos argumentistas) foi a do “Pénalte de tinto”, bravamente desempenhada pelo Vasquinho Abrantes. Eis a versão mais elaborada e a modos que diferente da que seria a primeira cena nonsense (é assim que se escreve?) do filme:


(nesta cena, entram as personagens principais do filme mas vestidas de pessoas “normais”; tasca ou ambiente de; vê-se um balcão ao qual estão encostados velhos bebendo taças de tinto; a banda-sonora desta cena é “Hezbollah Joga À Bola” dos Isabelle Chase)

Cliente (entra e chegando ao balcão diz)
Ora atãos, chegue-me aí uma taça de tinto para um pénalte, se não lhe fizer espéce (para o taberneiro que está atrás do balcão).

(à medida que o taberneiro enche a taça, os clientes que estão ao balcão vão batendo com os seus copos, tipo compasso para a marcação de um livre num jogo de futebol)

Cliente (um pouco afastado do balcão vai fazendo uma espécie de aquecimento)
Ó chefe, vai desculpar-me a mim mas o copo não está todo cheio! (os outros clientes ao balcão começam a assobiar e aos boooo!, gesticulando tipo claque da bola)

Taberneiro
A mim parece-me é que está a modos que quase cheio!

(Cliente continua a protestar, abrindo os braços e esbracejando e tal, estilo jogador da bola)

Taberneiro
Pronto, eu encho o resto!

(antes e depois de encher o resto do copo, o taberneiro vai apontando para a garrafa, tal como um árbitro aponta para o apito quando da marcação deste tipo de livres; inevitavelmente, o cliente bebe o copo de penálte)

(nisto a imagem vai afastando-se dos festejos – cliente e demais abraçados mas com o taberneiro a separá-los como fazem os árbitros para não se perder tempo e reiniciar o jogo – e foca dois homens: um repórter e um comentador desportivo)

Jornalista
Luís, foi sem dúvida uma espantosa cena para por a meio deste filme, não achas?

Comentador
Os génios por detrás deste filme, excepto o realizador, os actores, os argumentistas e todo o resto da equipa, já nos habituaram a este tipo de merdas esquisitas, ou o catanxo! (esta réplica é feita com muita calma e boa dicção ao início, mas à rústico na parte do “ou o catanxo!”)

Jornalista
Nem mais, Jorge, vamos então ver o que nos reserva esta segunda parte do filme. Vamos lá então, caros tele-ouvintes!

(o jornalista não sai logo do ar, ficando com aquela cara de parvo com que eles ficam nestas situações de silêncio e impasse, isto durante uns 10 segundos)

Jornalista
Dasse…

E, obviamente, uma cena de traição, ciúme e blah blah blah:


(Tito e Ramon no Espanhol; estão ao balcão a beber e a discutir um catálogo da La Redoute)

Noiva de Steinz (chegando ao pé dos mariachis)
Vocês não viram o Steinz? Ele ontem foi muito irritado para casa e nem quis fazer o amor comigo. Hoje de manhã quando acordei ele tinha partido! (começa a chorar)

Tito
Não quis fazer o quem?!

(Ramon chama Tito à parte)

Ramon
Ó Tito, a miúda até parece curtir mesmo o Steinz, pá. Vamos tentar acalmá-la e dizer-lhe a verdade?

Tito (para a noiva do Steinz)
Olha, o Steinz bazou para o pinhal outra vez. Deu há pouco nas notícias. Mas se tu realmente gostas assim tanto dele, podemos ajudar-te a encontrá-lo e…

(Ramon torna a chamar Tito à parte)

Ramon
Esquece o que te disse. Já reparaste que a gaja tem um nalgueiro todo porreiraço?

(Tito olha e abana afirmativamente a cabeça)

Tito (visivelmente improvisando)
Ah… Tipo, há um spot fixe onde ele costuma ir quando está assim zangado com o mundo ou quando o Sertanense perde. Se quiseres podemos lá ir os três e, tipo, aproveitamo-nos de ti [tosse] aproveitamos a situação e conhecemo-nos melhor…

Noiva do Steinz
Obrigada, vocês são mesmo amigos. Tenho ali o carro. Vamos?

(saem os três, com os dois mariachis a olhar-lhe para o rabo)

E um final que era suposto ser diferente:

(Num carro a Noiva fala ao telemóvel)

Noiva
Querido Louçã, o porco do Steinz já assinou o testamento. (…) Sim, deixou-me o pinhal da Fatela em testamento. Já podes avisar os gajos da Repsol que já podem vir explorar o petroleo. (…) Estamos ricos, amor! Agora já temos dinheiro para te eleger primeiro- ministro.



E, agora, deixem-nos em paz. Vai começar a novela da noite.

Ala, Cardoso!